Azevedo Sette e Souza Cescon lideram em fusões


Azevedo Sette e Souza Cescon lideram em fusões


Adriana Aguiar

As operações de fusões e aquisições continuam demandando muito trabalho nos escritórios de advocacia e estão em pleno aquecimento no Brasil. Mesmo com a incerteza causada com a crise estrangeira, foram concluídas 204 operações só neste primeiro trimestre de 2008, quase a metade das operações efetuadas no ano passado inteiro: 548. As operações deste ano já totalizam um volume de US$ 14 bilhões enquanto os investimentos no decorrer do ano de 2007 totalizaram US$ 46 bilhões, segundo os dados divulgados pela agência Thomson Financial.

Os escritórios que assessoraram as maiores operações neste ano foram Azevedo Sette, com quatro operações no total de US$ 1,9 bilhão. Em segundo lugar aparece o Souza Cescon, que assessorou quatro operações, movimentando US$ 1,2 bilhão. O Mattos Filho trabalhou em cinco operações de US$ 897,8 milhões e o Pinheiro Neto ficou em quarto lugar, entre os brasileiros, com 8 operações no valor total de US$ 596 milhões.

Os grandes escritórios ainda costumam dominar a demanda nesta área de fusões e aquisições. No último ranking da Thomson, sobre o total de operações em 2007, o escritório mais atuante do ano em número de operações foi o Pinheiro Neto (43), seguido pelo Mattos Filho e pelo Souza Cescon (com 40 operações cada).

Ritmo acelerado

A advogada Maria Cristina Avedissian, sócia do Souza Cescon, ressalta que o ritmo se mantém acelerado nas operações de fusão e aquisição mesmo com a crise financeira nos Estados Unidos, ao contrário das operações para abertura de capital, que se uma desaceleraram. “Estas operações de fusão e aquisição são resultado de um trabalho de meses e não teriam por que ser adiadas. No caso das empresas de capital aberto também já há o compromisso com o mercado de implementar o negócio”, diz.

Segundo a advogada, ainda não há indícios de que este mercado irá desacelerar-se por conta da crise nos Estados Unidos. “Continuamos com muito trabalho no escritório, mas estamos atentos a esta crise, o que por enquanto não afetou os negócios”, diz. O Souza Sescon tem pelos menos cinco grandes operações em andamento.

Com o recorde de fusões e aquisições no ano passado, o número de advogados contratados para a área também aumentou em 30% no escritório em 2007 e manteve este número de contratados neste início do ano. Há cerca de 50 profissionais no escritório para dar conta da demanda, incluindo cinco sócios.

Entre os principais negócios fechados este ano pelo Souza Cescon, estão a assessoria da São Marcos Empreendimentos Imobiliários Ltda. na alienação por Globo Participações dos seus investimentos em shopping centers para Ancar IC S.A. e da Minerva S.A. na aquisição da Lord Meat Indústria, Comércio, Importação e Exportação Ltda.

Segundo o advogado Fernando Azevedo Sette , sócio do escritório Azevedo Sette Advogados, o ranking revela a tendência de crescimento de operações de fusão e aquisição no País. Também demonstra a alta na demanda por consultoria jurídica nos escritórios especializados. Entre as operações que estão sob o comando da banca estão as aquisições da J. Mendes pela Usiminas, da Goiaves pela Sadia e da Minerminas pela MMX.

Reflexo de 2007

O ritmo otimista para fusões e aquisições também é um reflexo de 2007. A no passado, o Brasil bateu recorde no número de fusões e aquisições: 548 operações movimentaram um volume de US$ 46 bilhões. No ano anterior, foram registradas apenas 264 transações, de acordo com estudo da Thomson Financial.

O relatório também mostrou que as operações em todo o mundo atingiram o volume recorde de US$ 4,5 trilhões em 2007, contra US$ 3,6 trilhões em 2006. Ao todo, foram 42,5 mil as operações.

Notícia publicada no jornal DCI, 18 de abril de 2008