Crise deve reduzir as operações em 2009


Crise deve reduzir as operações em 2009


Segundo um ranking elaborado pela Thomson Reuters, mesmo com a crise mundial, o mercado de fusões e aquisições continuou aquecido em 2008. Entre janeiro e outubro de 2008 foram realizadas 648 operações. No mesmo período do ano passado foram 509. “Algumas operações acabaram sendo interrompidas com esta crise, mas a expectativa é que o mercado de fusões e aquisições continue crescendo”, afirma Bruno Soter, do Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados, terceiro no ranking da Thomson Reuters. Para ele, o próximo ano deve reduzir o compasso das operações, mas nada significativo.

Segundo Mauro Cesar Leschziner, do Machado, Meyer, Sendacz & Opice, a banca continua recebendo operações de fusões e aquisições e os negócios suspensos foram por questões pontuais e “nada tiverem de ver com a crise financeira”. Robson Barreto, do Veirano Advogados, sustenta que o mercado permanece aquecido.

De acordo com ele, o que mudou foi “o grau de seletividade do investimento por conta do risco de uma recessão mundial”. Segundo ele, a turbulência econômica deve afetar, principalmente, quem depende de crédito. “Até o momento, o mercado de fusões e aquisições segue acelerado, apesar de ter havido interrupção e suspensão de cerca de 30 operações “, sustenta Alexandre Bertoldi, do Pinheiro Neto Advogados. Ele acredita que os próximos quatro meses devem dar uma desacelerada, especialmente em áreas como o mercado de capitais.

“O clima é de cautela e a falta de crédito deve reduzir os negócios. Nossa expectativa é de que haverá uma diminuição de operações, mas nada representativo”, sustenta. Rogério Lessa, do Demarest e Almeida , também diz que o mercado ainda está aquecido e que 2009 ainda é uma grande interrogação. “O crescimento deve frear, mas ainda é difícil precisar o que vai acontecer”, diz.

Gyebre Oliveira, do Souza, Cescon Avedissian, Barrieu e Flesh Advogados, afirma que o que mudou foi a estrutura das operações por conta da diminuição dos financiamentos. “Houve uma renegociação e em 2009 os compradores devem reduzir o apetite na hora de gastar”. Thiago Sandim, do Linklaters/Lefosse Advogados, acredita que daqui em diante o mercado ficará apenas mais cauteloso.

Já o advogado do Mattos Filho Veiga Filho Marrey Jr. e Quiroga Advogados, João Ricardo de Azevedo Ribeiro, disse que a crise trouxe um efeito razoável nas operações de fusão e aquisição. “Estamos aguardando a reação do mercado a esta crise, mas a perspectiva é de que 2009 será mais devagar e as consequências serão relevantes”, diz.

RankingNégócios
20072008
Mattos Filho Veiga Filho Marrey Jr3740
Machado Meyer Sendacz & Opice3437
Barbosa Mussnich & Aragão2930
Whites Case LLP10
Shearman & Sterling LLP39
Skadden, Arps, Slate,Meagher & Flom52
Weil Gotshal 4 Manges3
Carvalhosa e Eizirik Advogados1
Gibson Dunn & Crutcher24
Davis Polk & Wardwell24
Pinheiro Neto Advogados4036
Linkloters204
Sullivan & Crornwell12
Veirano Advogados14
Souza, Cescon Avedissian, Barrieu e Flesh3322
Leoni Siqueira Advogados63
Tozzini Freire Teixeira e Silva3317
Azevedo Sette Advogados20
Cleary Gottlieb Steen & Hamilton1
Jones Day11
Freshjields Bruckhaus Deringer1
Xavier Bernardes Bragança Sociedade de Advogados214
Demarest e Almeida199
Bryan cave LLP1
Norton Rose1
De Brouw Blackstone Westbroek1
Total648