A compra do controle acionário da Mais Indústrias de Alimentos (controladora da marca Sucos Mais) pela Coca-Cola mostra que a confiança dos investidores internacionais no setor produtivo se manteve, na visão do advogado Fernando Azevedo Sette. A negociação marcou a entrada da Coca-Cola no mercado de sucos prontos. A Coca-Cola obteve 82% das ações com direito a voto e com 41% do capital total da Sucos Mais, e o antigo sócio da empresa continuara ocupando a diretoria. A montagem de todo o processo levou cerca de cinco meses.
“Quando o empresário vem para o Brasil, a decisão já foi tomada junto ao conselho há mais tempo, e vem com a cabeça preparada para o que pode acontecer”, afirma o advogado. Com relação ao atual quadro político nacional, Azevedo Sette afirma que tudo isso gera desconforto, mas a decisão de investimento dos estrangeiros não são tomadas devido ao agravamento ou não da crise política. “As decisões de investimento feitas agora foram tomadas no passado. O que pode acontecer é de alguém se sentir mais inseguro, mas como os fundamentos continuam sólidos, não creio que isso atrapalhe”. Contudo, o advogado ressalta que o único tipo de contrato que pode ser prejudicado pelo nervosismo em torno do panorama político é o de Parcerias Público-Privadas (PPP).
“O andamento das PPPs depende necessariamente de vontade política e no clima que vivemos hoje se formos parar para prestar atenção neste assunto e tocar os projetos, a coisa fica muito difícil”, diz.
Agência Dinheiro Vivo em 15/08/2005